San Francisco, California, Estados Unidos, 2004
Concurso Internacional
Arquitetura: Danilo Matoso, Fabiano Sobreira e Newton Godoy.
O concurso demandava a livre implantação de um memorial dentro de um parque urbano, numa área conhecida como “Bosque Memorial da AIDS”. É um pequeno vale de 300X80m e 15m de profundidade ricamente arborizado.
Propusemos um memorial que celebra, antes de tudo, a vida – através da contemplação da natureza. É uma ponte de luz, aço, concreto e água, cruzando o vale como um rio suspenso. Um ato de vontade como complemento artístico do bosque, reverenciando-o.
Sua constituição é dinâmica, e as mudanças dependem da conscientização e luta dos povos contra a AIDS. Ao longo do tempo, à medida em que diminuem as estatísticas ligadas à doença, a viga, originalmente opaca em seu revestimento de aço, torna-se uma ponte envidraçada, transparente, aberta em rituais periódicos. Assim, as mudanças na expectativa de vida e outras estatísticas ligadas à AIDS afetarão o espaço arquitetural, fazendo da ponte um símbolo da necessária e esperada transição da morte à vida.
O teto da ponte é inundado de água, num espelho que reflete o céu e filtra a luz interna. A água harmoniza-se, simbolicamente, a fontes dispostas em espiral no chão abaixo. Elas jorram de acordo com um calendário de rituais agendados para o memorial, criando uma nuvem. Esta umidade materializa os raios de sol que atravessam aberturas no núcleo da ponte apenas em datas e horários significativos.
