Danilo Matoso Macedo
Elcio Gomes da Silva
– mar. 2013 –
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Resumo
Os edifícios representativos construídos em pouco mais de três anos e meio para a inauguração de Brasília caracterizam-se, essencialmente, pela exaltação da técnica do concreto armado e das possibilidades do material híbrido, explicitadas na leveza aparente das colunas dos palácios, nos planos delgados e nas cúpulas. Em que pese essa intenção, o conjunto arquitetônico dos edifícios de múltiplos andares, que define a Esplanada dos Ministérios, materializou-se a partir do considerável uso de esqueleto estrutural metálico. Testado preliminarmente como protótipo na execução do Brasília Palace Hotel, o sistema fez parte das soluções do arquiteto Oscar Niemeyer para os prismas que abrigariam os Ministérios-conforme a proposta urbanística de Lucio Costa-e para as torres anexas do Congresso Nacional. A decisão tornou possível o cumprimento do prazo previsto, mas não sem dificuldades. De um início alicerçado na indústria nacional ao envolvimento malogrado de em-presas estrangeiras a leitura da sequência dos fatos revela, nas dificuldades enfrentadas e nas concessões admitidas, aspectos próprios da condição em que se encontravam a técnica e a tecnologia das estruturas de aço no Brasil. Tendo por base a análise da documentação técnica original, referente ao projeto e à execução daqueles edifícios, bem como dos documentos administrativos da construção, o trabalho apresenta os eventos históricos e procura avaliar as possíveis contribuições desse período de incomum concentração do emprego de estruturas de aço nas construções. Palavras-chave: Estruturas metálicas, Palácio do Congresso Nacional, Edifícios Ministeriais de Brasília.