Já me haviam perguntado antes se eu, por me dedicar ao estudo sistemático da obra de Oscar, tinha um texto pronto para quando ele desaparecesse.
Não tinha.
Nasci em Brasília, e aqui passei meus primeiros quinze anos. Quando pequeno, eu visitava a Esplanada, a Praça dos Três Poderes, e não pensava que aquilo tivesse sido projetado e construído por homens. Para a criança, tudo o que a antecede é da idade do mundo, é parte da natureza. Mais tarde, aprendi que aquilo era obra de Oscar Niemeyer.
Oscar, pra mim, era parte da natureza, e da idade do mundo.
Agora ele se foi, e por mais que eu tenha me preparado para o inevitável, o que sinto é um tremendo vazio. Um vazio parecido com os que ele costumava criar. Uma “cegueira branca”… Nenhum texto feito com antecedência expressaria a minha emoção.
Só uma cena se repete em minha cabeça. É de uma das primeiras vezes em que estive com ele pessoalmente, em 1995, no saguão do Grande Hotel Ouro Preto. Eu o interpelei, meio tímido e vacilante. E disse:
– “Oscar, eu sou estudante de arquitetura. Eu nasci em Brasília. Eu só queria te agradecer… Obrigado…”
Ele parou, me olhou fundo com os olhinhos azuis, deu um sorriso e disse:
– “Eu faço o melhor que posso…”
Lindo texto, Danilo. Mas eu acho que já estava pronto. :-)
Bravo! Muitas ligações Danilo.
Oscar e Ouro Preto também fazem parte do meu cenário.
Grande abraço!
Muito bom Danilo!
Obrigado belo belo texto.
GUADALUPE SALAZAR GONZALEZ (de México)
Andrey
Mis condolencias a los brasileños, a los arquitectos brasileños y del mundo.
Una vida se va, una presencia y una época queda en todas sus obras; pero abre otro capítulo para la arquitectura brasileña, que puede nutrirse de Niemeyer, no de su plástica, sino de su postura ante la vida, ante la arquitectura, la ciudad y el paisaje, y ante la cultura brasileña.
Un abrazo
Guadalupe
Lindo texto! Me emocionei…
Ótimo Texto Danilo.
Rodrigo Monteiro
lindo, danilo. eu também agradeço.
muito linda a sua homenagem, Danilo
isso ai! está mais do que certo, diferente da mídia que vem guardando um material pronto para o dia que viesse.. sem emoção do dia que realmente se foi… ontem…
Você nasceu em Brasília, estudou “o cara” e o viu retornar, morto, enquanto trabalha numa obra dele. O que passou na sua cabeça?
Danilo, eu gostaria de te agradecer pelo seu fantastico estudo da obra do grande mestre. Nao sou estudante de arquitetura, mas me interesso a um bom tempo pelo trabalho de Niemeyer, e seu trabalho sobre suas obras em Minas Gerais e’ um examplo a muitos possiveis trabalhos futuros.
O mestre se foi, e sinto um vazio tambem. Agora e’ apreciar e estudar aquilo que ele deixou de presente a todos nos.
Meu unico desejo e’ que a populacao em geral entendesse um pouco melhor sobre o trabalho dele nas decadas de 40 e 50, sobre o quao importante ele foi para o movimento moderno. Para muitos, ele e’ apenas um comunista velho que projetou predios esquisitos…
Grande erro. Viva Oscar!
Parabéns, Matoso.
Com alma.
Não sairia melhor se tivesse preparado.